quinta-feira, 3 de maio de 2012

de Goethe





Anelo

'Só aos sábios o revele,
Pois o vulgo zomba logo:
Quero louvar o vivente
Que aspira à morte no fogo.


Na noite – em que te geraram,

Em que geraste – sentiste,
Se calma a luz que alumiava,
Um desconforto bem triste.



Não sofres ficar nas trevas

Onde a sombra se condensa.
E te fascina o desejo
De comunhão mais intensa.



Não te detêm as distâncias,

Ó mariposa! e nas tardes,
Ávida de luz e chama,
Voas para a luz em que ardes.



"Morre e transmuda-te": enquanto

Não cumpres esse destino,
És sobre a terra sombria
Qual sombrio peregrino'.



Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradecemos qualquer palavra....