quinta-feira, 1 de outubro de 2009

'On' Librar.Y.


Certa vez,

"Sentado a leste, de frente a uma mesa de biblioteca, procurava por algo novo sem saber, ao certo, se realmente encontraria. Poderia ser uma oportunidade da vida, uma caneta bonita, ou uma nova lembrança que viraria nostalgia.

Acomodei-me, então, nessa cadeira e congelei.

Nada mais no mundo se movia. Por minhas narinas o ar entrava e saía. Queria me mecher, mas não podia, não devia. Há que se ter propósito na vida, eu dizia, e para consegui-lo é preciso caçá-lo e abatê-lo, como caçador atrás da harpía. Estava disposto a dar meu sangue naquele fatídico dia. Não queria continuar a carregar minha monotonia, que por tanto tempo me impedia de conhecer aquilo que queria. Por isso permaneci ali, como fica uma estátua numa noite fria.

Num outro momento, a sensação que trazia tanta euforia, aos poucos desfalecia, dando lugar à triste sensação de que não conseguiria...

como poderia? de que forma ali permaneceria? se o mundo gira, o tempo passa, a sopa esfria? uma hora? duas talvez? no máximo, um dia? Quantas pessoas me viam fazendo aquilo? que diriam de mim? Viraria eu, novamente, a mais nova piada sombria?

No segundo seguinte percebi, pelo olhar em periferia, que você se aproximou. Estava linda, sim, com seu livro na mão e arrastou aquela cadeira a norte. Sentou. Pude perceber que seu perfume era muito bom e que, algumas vezes que me olhava, sorria.

Mas não pude olhar para ti, e pela primeira vez na vida, não foi por falta de coragem, mas por excesso de propósito. Seu sorriso, não retribui.

Sua presença, que com certeza traria toda a felicidade que queria, ignorei, por saber que se desistisse ali, nada conquistaria. Doeu no coração não conversar com você. Não pegar na sua mão e chorar lágrimas perdidas. Mas meu objetivo era a vontade, que a tanto tempo de mim, fugia. Tinha que conseguir e permanecer ali, como aquela altiva estátua fria.

Neste relato imcompreensível, que dito neste instante pelos meus dedos, te digo agora que não há arrependimento de ter me calado em desespero, nem de manter a solidão que não mais desejo. Da mesma forma que apareceu na minha vida, de fato sumiria, como a areia que levanta vôo em dia de ventania. Não me arrependo de, quando levantei, ter encostado em seu ombro. Você olhou para cima com seu sorriso ímpar, feliz, como se dissesse 'agora que terminou, podemos conversar de uma vez?'

Não podia, querida. Aquele momento foi tão importante que não queria estragá-lo com minha fantasia. Olhei para seu rosto, demosntrando alegria, e lhe disse simplesmente 'obrigado pela sua companhia'.

Parti, biblioteca a fora, sem olhar para trás.

Esse momento fugaz, que a mim tanta importancia trás, pra você, talvez, tenha sido só mais um dia, na mais. Porém, nunca esquecerei teus tranquilos olhos azuis, mesmo que morra e não te encontre jamais.

Eles me lembraram da força que existe lá no fundo, que me ajudou, naquele dia, a parar este mundo".




§.Algo que tive vontade de escrever, sem pretenção de ditar verdade ou de falar dela. Se tal situação ocorreu, não importa. Aprender com ela, isso sim, vale a pena.

1°fot.0. deus sabe, eu não.

2°fot.0. clothestohealabrokenheart. blogspot.com (dia 12/04/009).

Um comentário:

  1. Ahhh
    Mas eu gosto tanto de Los Hermanos!
    Eles são tão lindinhos. Mas tá... Goethe é muito bom. Não dá pra negar.

    sim sim, publiquei o que eu mais gostei. Tá postado como 11:58
    hihihihi olhe lá. E veja que estranho que tá.
    Você quem escreveu esse? Adorei! Ele é todo rimadinho! Não sei escrever coisas assim. Mas gostei bastante!!!


    Que bonito, você faz direito
    Eu também! hgihihihihi. E como disses, saber ler e escrever é pré-requisito. Apesar de as vezes eu parecer que não saiba escrever :T

    Não não, moro em curitiba. Mas conheço pessoas por aí. Hihihi Minha mãe mora pra lá.
    Você mora em quatro barras??

    Beeeijos, e bom fim de semana. ^^

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